Olá, como já devem saber no post anterior disse que perdera as minhas amigas da universidade por intrigas e mal-entendidos. Não estou a dizer que sou inocente, pois tive, sem dúvida, culpa no cartório. Só sei que as perdi para sempre, amizades que me preenchiam e coloriam mais a minha vida! Mas como sempre arruinei tudo e estou para aqui sozinha, sem amizades nenhumas... E isso tem condicionado a minha vida. Para não ver a cara das minhas ex-amigas não quero ir para o mestrado que elas vão, prefiro outro. Aliás, prefiro até estudar noutra universidade... O problema é que não estou minimamente preparada para me aventurar sozinha num mundo completamente desconhecido! Não estou habituada a sair da "toca" e isso assusta-me!
Só sei que me sinto só, abandonada e triste!... Não vejo sentido nenhum na minha vida e não sei como superar isso! Como supero a perda de grandes amizades que nunca irão voltar? Não tenho ninguém com quem me distrair, divertir e abstrair-me! Tenho-me contentado a ver filmes, séries, a ler e a tomar calmantes e antidepressivos! Estou mesmo em baixo, não sei o que fazer! Porque é que quando tenho amigas, eu ou o destino as retiram de mim? Porque faço tantas asneiras? Talvez porque eu não mereça ter amigos nenhuns e o melhor mesmo é não os ter, porque quando eles se vão embora, o sofrimento é atroz!... O problema é que sem amigos a vida é um vazio tão, tão grande! Porque é que nós, seres humanos, não fomos feitos para sobreviver sozinhos? Porque temos sempre a necessidade de partilhar a nossa vida com os outros?
Não sei mais o que fazer sem ser deprimir-me mais e mais...
Olá a todos! Sei que já não posto no blogue há já muito tempo e o mais provável é que isso continue.
Passei por cá para vos dar as novidades.
Este blog está oficialmente aberto!
Vou contar-vos, meus queridos leitores, como foram as minhas férias.
Fui exactamente para os mesmos sítios de sempre, mas mesmo assim foram bastante preenchidas.
Passeei poucas vezes, pois tinha muita ansiedade e ataques de pânico, exactamente por isso, fui ao psiquiatra e ele receitou-me Xanax e outros comprimidos para resolver os meus problemas.
Eu estava mesmo mal, muito ansiosa, mesmo sem haver razão; tinha ataques de pânico, dores no peito, obsessões e fobia da morte. Não vou dizer que agora, com 3 semanas de tratamento, já esteja bem, mas já estou melhor. Ainda tenho muita ansiedade e fobia da morte.
Vou ter de ser acompanhada por um psiquiatra durante uns tempos, ainda não tratamos disso...
Depois de desabafar sobre os meus problemas psiquiátricos, vou falar-vos das minhas férias, propriamente.
Este ano, particularmente, eu e a minha tia L. tornámo-nos muito cúmplices, por ela sofrer de depressão e ansiedade, tal como eu...
Estive com a minha avó, tios, primos, todos... Até alguns primos meus da França vieram jantar lá a casa um óptimo churrasco feito pelo meu pai e pelo meu tio D. Esta noite foi, particularmente, interessante: pelo facto de o meu francês já não ser o que era, pois já não o pratico há anos, como pelo facto de a minha prima M., de 11 anos, igualmente fluente em português e francês, fazer de tradutora. lool Gostei! Mas no dia seguinte iria ter de me despedir da minha primita franco-portuguesa, pois iria para França no dia seguinte.
Nesse dia, o meu tio J., a mulher, a minha prima C. e o marido vieram de Gaia fazer-nos uma visita a Trás-os-Montes.
No dia seguinte, fomos ao restaurante comer borrego. Eu, como não aprecio essa carne, comi alcatra com batatas fritas. Após o almoço, fomos ao "jardim" do café e vi lá um cãozinho que era tal e qual a minha cadela Pantufa, já falecida. Nunca tinha visto cão tão parecido! As cores, as zonas das cores, tudo! A única diferença é ele ser mais alto que a minha cadela, de resto mais nada! Fiquei triste, por ele ter um olho vazo, mas contente por ter visto um cão tão semelhante à minha adorada cadela!
Vi a minha prima J., que este ano anda à procura de emprego como recepcionista de hotel. Mas não consegue, não lhe valendo de nada ter sido a melhor aluna da escola, com média de 19, inclusive nos estágios! Com ela, fomos apanhar amoras silvestres, falámos, ouvimos histórias engraçadíssimas que o pai dela, meu tio-avô, contou.
Não sei, fui para os mesmos sítios, as pessoas eram as mesmas, mas gostei das minhas férias, talvez a primeira vez em anos! Será que mudei? Não sei! Toda a gente dizia que sim, mas não sei bem!... Espero bem que sim!
E, pronto! Já desabafei imenso com vocês! Espero que tenham gostado das férias!
Eu sei que ando muito ausente por estas bandas, e graças a um comentário da Clara decidi que iria postar algumas informações acerca da minha jornada!
Em 1º lugar, a minha saúde não está nos seus melhorias dias (muito longe disso). Tenho dores no peito e não sei porquê, o que é, deveras, angustiamente.
Já fui à cardiologista, já fiz electrocardiograma, prova de esforço, análises ao sangue e ecocardiograma. No dia 19 do corrente mês irei fazer o holter 24 horas, a ver se tenho alguma arritmia.
Mas o mais provável é não ter nada no coração. Ainda bem! Mas o que está a dar dores no peito? Stress? Depressão? Não sei! Sei que andei com muita pressão este ano. Fui para a universidade, tive muito que estudar, andei de autocarro, tive que desenrascar-me mais, aprender a conduzir, tirar a carta, opá! Muitas coisas mesmo! Não tive férias nenhumas, nem no Natal, nem na Páscoa, só estou a descansar agora! Não sei se é do acumulamento de stress, não faço a mínima...
Tomo Xanax porque melhora um bocado e faço-o mesmo só para dormir, pois às vezes tenho insónias e começo a pensar que vou morrer e, aí, está o caldo entornado. Entro logo em pânico!
Em 2º lugar, estou de férias e a minha rotina é sempre a mesma! Estou sozinha em casa, sem nada para fazer, não saio dela pois não tenho com quem sair... Ou seja: férias BORING!!! As always...
Em 3º lugar, a única coisa positiva, graças a um convite de um jornal para a colaboração de alunos do curso de comunicação social da minha universidade, eu ando a escrever no suplemento dedicado à universidade. Já escrevi dois artigos, o último saiu mesmo esta 2ª feira.
Mas já andam outros artigos em agenda.
Depois irei de férias lá para finais de Julho e deixarei de frequentar o blog até finais de Agosto. Os destinos de férias são sempre os mesmos todos os anos: Trás-os-Montes, Minho e Douro. Norte de Portugal, portanto. E mesmo assim, é sempre nos mesmos sítios, o que também acaba por ser aborrecido, mesmo tendo lá a minha família.
C ya! ***
É verdade! Hoje (20 de Abril de 2010), faço dezanove anos! E para comemorar deixo-vos com um lindo poema de Álvaro de Campos. intitulado de «Aniversário». Espero que gostem!
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa como uma religião qualquer.
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
Autoria de: Álvaro de Campos
Ler com atenção e reflectir sobre o seu conteúdo ....... Fui à festa, mãe. Fui à festa, e lembrei-me do que me disseste. Pediste-me que eu não bebesse álcool, mãe... Então, bebi uma 'Sprite'. Senti orgulho de mim mesma, exactamente o modo como me disseste que eu me sentiria. E que não deveria beber e de seguida conduzir. |
Como ontem foi dia de Portugal e aniversário da morte de Luís de Camões, nada como colocar um poema dos "Lusíadas", grande obra épica do nosso poeta português.
Inserido no canto VII, intitulado como "Reflexões do poeta", Luís de Camões que tanto exalta os portugueses, cai num tom de desânimo.
Como todos devem saber, Camões não teve uma vida nada fácil. Perdeu um olho na guerra, sobreviveu a um naufrágio, salvando os Lusíadas nadando com eles na mão, sofreu por amor, viveu na miséria e ainda por cima não teve a glória e o reconhecimento que merecia, aliás, que ele achava bem merecer, pois apesar de tudo, ele era bem consciente do seu valor.
Com isto, Camões critica os contemporâneos que não dão valor aos seus poetas, o que irá inibir o surgimento de novos poetas, caindo Portugal num marasmo pouco cultural, ficando aquém de outros países da Europa.
Mas a crítica aumenta de tom na parte final, quando são enumerados aqueles que nunca cantará e que, implicitamente, denuncia abundarem na sociedade do seu tempo: os ambiciosos, que sobrepõem os seus interesses aos do «bem comum e do seu Rei», os dissimulados, os exploradores do povo, que não defendem «que se pague o suor da servil gente».
No final, retoma à definição do seu herói - o que arrisca a vida «por seu Deus, por seu Rei».
Como podem ver, já naquele tempo havia pessoas mesquinhas e que não dão valor aos seus, coisa que hoje em dia ainda acontece! Aliás, se Camões vivesse nos dias de hoje, tinha poucas pessoas a quem cantar!
Por isso fica aqui desde já, a minha homenagem a este GRANDE SENHOR, LUÍS VAZ DE CAMÕES, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu. (inscrito na sua lápide no Mosteiro dos Jerónimos).
Um ramo na mão tinha... Mas, ó cego!
Eu, que cometo insano e temerário,
Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por caminho tão árduo, longo e vário!
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário,
Que, se não me ajudais, hei grande medo
Que o meu fraco batel se alague cedo.
Olhai que há tanto tempo que, cantando
O vosso Tejo e os vossos Lusitanos,
A fortuna mo traz peregrinando,
Novos trabalhos vendo, e novos danos:
Agora o mar, agora experimentando
Os perigos Mavórcios inumanos,
Qual Canace, que à morte se condena,
Numa mão sempre a espada, e noutra a pena.
Agora, com pobreza avorrecida,
Por hospícios alheios degradado;
Agora, da esperança já adquirida,
De novo, mais que nunca, derribado;
Agora às costas escapando a vida,
Que dum fio pendia tão delgado
Que não menos milagre foi salvar-se
Que para o Rei Judaico acrescentar-se.
E ainda, Ninfas minhas, não bastava
Que tamanhas misérias me cercassem,
Senão que aqueles, que eu cantando andava
Tal prêmio de meus versos me tornassem:
A troco dos descansos que esperava,
Das capelas de louro que me honrassem,
Trabalhos nunca usados me inventaram,
Com que em tão duro estado me deitaram.
Vede, Ninfas, que engenhos de senhores
O vosso Tejo cria valorosos,
Que assim sabem prezar com tais favores
A quem os faz, cantando, gloriosos!
Que exemplos a futuros escritores,
Para espertar engenhos curiosos,
Para porem as coisas em memória,
Que merecerem ter eterna glória!
Pois logo em tantos males é forçado,
Que só vosso favor me não faleça,
Principalmente aqui, que sou chegado
Onde feitos diversos engrandeça:
Dai-mo vós sós, que eu tenho já jurado
Que não o empregue em quem o não mereça,
Nem por lisonja louve algum subido,
Sob pena de não ser agradecido.
Nem creiais, Ninfas, não, que a fama desse
A quem ao bem comum e do seu Rei
Antepuser seu próprio interesse,
Inimigo da divina e humana Lei.
Nenhum ambicioso, que quisesse
Subir a grandes cargos, cantarei,
Só por poder com torpes exercícios
Usar mais largamente de seus vícios;
Nenhum que use de seu poder bastante,
Para servir a seu desejo feio,
E que, por comprazer ao vulgo errante,
Se muda em mais figuras que Proteio.
Nem, Camenas, também cuideis que canto
Quem, com hábito honesto e grave, veio,
Por contentar ao Rei no ofício novo,
A despir e roubar o pobre povo.
Nem quem acha que é justo e que é direito
Guardar-se a lei do Rei severamente,
E não acha que é justo e bom respeito,
Que se pague o suor da servil gente;
Nem quem sempre, com pouco experto peito,
Razões aprende, e cuida que é prudente,
Para taxar, com mão rapace e escassa,
Os trabalhos alheios, que não passa.
Aqueles sós direi, que aventuraram
Por seu Deus, por seu Rei, a amada vida,
Onde, perdendo-a, em fama a dilataram,
Tão bem de suas obras merecida.
Apolo, e as Musas que me acompanharam,
Me dobrarão a fúria concedida,
Enquanto eu tomo alento descansado,
Por tornar ao trabalho, mais folgado.
Luís de Camões, Lusíadas, canto VII
Como a minha mãe fez anos ontem e hoje faz 73 anos da morte de Fernando Pessoa, deixo aqui este poema para todos vocês:
No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado,
- Duas, de lado a lado -,
Jaz morto, e arrefece.
Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.
Tão jovem! que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
"O menino da sua mãe".
Caiu-lhe da algideira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.
De outra algideira, alada
Ponta a roçar o solo
A brancura embainhada
De um lenço... Deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.
Lá longe, em casa, há a prece:
"Que volte cedo, e bem!"
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe.
Fernando Pessoa
P.S Mafalda Veiga fez uma linda música deste poema onde podem conferir abaixo:
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