Foi com alegria e, até, algum descrédito que ontem ouvi o Presidente da República a declarar a promulgação do casamento homossexual.
Fiquei mesmo contente com esta conquista, Portugal deu um grande passo para a igualdade de Direitos!
Deixo-vos aqui com uma linda música de Lara Fabian, intitulada de «La Diférence» que fala exactamente da falta de diferença que há entre os casais heterossexuais e os casais homossexuais. Espero que faça reflectir e que mude mentalidades mais conservadoras, pois o amor é lindo de todas as maneiras! Quando se ama alguém, ama-se a pessoa e não o sexo dela!
Fiquem então com a linda música da cantora belga. Resolvi colocar a tradução, pois achei que era importante se perceber o que diz na música.
A diferença
Aquela que perturba
Uma preferência, um estado da alma
Uma circunstancia
Um corpo-a-corpo
Em desacordo com as pessoas, bem pensando...
Os hábitos comuns...
Suas peles jamais temerão as diferenças
Elas se reconhecem, se tocam
Assim como estes dois homens que dançam
Sem nunca falar
Sem nunca gritar
Eles se amam em silêncio
Sem nunca mentir, nem se voltar contra ninguém
Eles se tornam confidentes
Se vocês soubessem como eles não estão nem aí para suas injúrias
Eles preferem o amor
Sobretudo a verdade
do que nossos murmurios
Eles falam sempre
sobre as outras pessoas
que se amam tanto
que se amam, como chamamos, "normalmente"
Desta criança tão ausente
Deste mal que está no sangue
Que fere e mata... tão livremente
Seus olhos jamais se afastarão por negligencia
Eles apenas se reconhecem, e se familiarizam
Assim como estas duas mulheres, que dançam...
Sem nunca falar
Sem nunca gritar
Elas se amam em silêncio
Sem nunca mentir, nem se voltar contra ninguém
Elas se tornam confidentes
Se vocês soubessem como eles não estão nem aí para suas injúrias
Eles preferem o amor
Sobretudo a verdade
do que nossos murmurios
De Verlaine à Raimbaud
Quando paramos pra pensar...
Nos toleramos esta excepcional diferença!
Sem nunca falar
Sem nunca gritar
Eles se amam em silêncio
Sem nunca mentir, nem se voltar contra ninguém
Eles se tornam confidentes
Se vocês soubessem como eles não estão nem aí para suas injúrias
Eles preferem o amor
Sobretudo a verdade
do que nossos murmurios
A diferença...
Quando paramos pra pensar...
Qual a diferença?
Para comemorar o 25 de Abril de 1974, partilho convosco uma linda música de Ermelinda Duarte Somos Livres, um grande marco da geração de 70, que fala mesmo da liberdade! Espero que gostem!
Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.
Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.
Uma gaivota voava, voava,
assas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.
Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo cualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.
Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.
Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.
Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas
que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos
que partilhámos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia,
das vésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano,
enfim… do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para o seu lado, seja pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe…nas cartas que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices…
Aí, os dias vão passar, meses…anos… até este contacto se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo….
Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:
- “Quem são aquelas pessoas?”
Diremos…que eram nossos amigos e…… isso vai doer tanto!
“Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!”
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto…
reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.
E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo…..
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades….
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos
os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!”
Autor desconhecido, porém, há quem afirme que é de Fernando Pessoa.
Ali estava ela
De fitinha amarela
A andar no baloiço
Do parque infantil.
O seu risinho de criança
Ingénuo e inocente
Contrastava com o meu semblante,
Triste e humilhante.
O meu olhar pesaroso
Fitava a alegre menina
Da fitinha amarela
E dou por mim com inveja
da criança.
Gostaria de ter o mesmo brilho no olhar,
O mesmo riso,
A mesma alegria,
Mas principalmente a sua inocência!
Mas a mim já ninguém
Me pode devolver
A inocência perdida,
A minha infância interrompida,
E a alegria destruída.
Não é fácil para um criança
Não poder confiar
Na pessoa que era suposto amar
Pessoa, essa, que em vez de te abraçar,
Acarinhar e te reconfortar,
Te obriga a viver num pesadelo
De que jamais conseguirás acordar.
Ele era como os monstros
Que dizem viver debaixo da cama.
Apesar de estarem sempre por perto,
Só à noite é que se revelavam.
Ele tinha prazer quando me tirava
A inocência de menina,
Mas a mim só me apetecia desaparecer,
Para ele nunca mais me tocar e me ver.
Quando olho para as minhas
Fotos de menina,
Não consigo ver
A menina alegre que queria ser.
Por isso, dou por mim a sonhar
Que sou a menina da fitinha amarela,
Que não é nada mais, nada menos
Que fruto da minha imaginação.
5/10/2009
Poema da minha autoria
Na apoteose dos mortais,
Vai-se glorificando os banais,
Como uma espécie de medalha,
Que mais tarde virá a ser a sua mortalha.
Morrem os fracos, morrem os poderosos
Mas quem fica na história,
Não são os penosos,
Mas sim, os criminosos!
Matam, roubam,exploram,
Os mais pobres e necessitados,
Trabalham horas a fio como escravos,
Os pobres coitados!
Não é o artista que recebe o prémio,
Mas sim, o crítico que lhe anula o mérito,
Mas que depressa se vende ao grémo.
Neste grei onde tudo é injusto
Onde todo o povo é gazina,
Preconceituoso e esteriotipado,
Se auto-destrói e com isso não está preocupado.
Só se preocupam em ganhar dinheiro,
Alcançar os seus fins sem olhar a meios,
Desafiar e humilhar
Aqueles que eles acham que lhe são inferiores.
Os homens acham-se maiores que os Deuses,
Que há humanos que valem mais e outros menos,
Que os animais só servem para os servir
e os alimentar,
Que a natureza podem poluir,
E que o mundo todo podem governar!...
Como se pode glorificar
Seres assim?
Mas a estes só a sociedade respeita,
Aqueles que vivem de forma suspeita
E cheia de futilidade,
Àqueles que proclamam falsas ordens de solidariedade!
Podem-me chamar infantil,
Mas eu acredito que um dia haverá
Justiça no mundo!
Pois, a apoteose dos mortais
Só a Deus caberá!
5/10/2009
Poema da minha autoria
Como ontem foi dia de Portugal e aniversário da morte de Luís de Camões, nada como colocar um poema dos "Lusíadas", grande obra épica do nosso poeta português.
Inserido no canto VII, intitulado como "Reflexões do poeta", Luís de Camões que tanto exalta os portugueses, cai num tom de desânimo.
Como todos devem saber, Camões não teve uma vida nada fácil. Perdeu um olho na guerra, sobreviveu a um naufrágio, salvando os Lusíadas nadando com eles na mão, sofreu por amor, viveu na miséria e ainda por cima não teve a glória e o reconhecimento que merecia, aliás, que ele achava bem merecer, pois apesar de tudo, ele era bem consciente do seu valor.
Com isto, Camões critica os contemporâneos que não dão valor aos seus poetas, o que irá inibir o surgimento de novos poetas, caindo Portugal num marasmo pouco cultural, ficando aquém de outros países da Europa.
Mas a crítica aumenta de tom na parte final, quando são enumerados aqueles que nunca cantará e que, implicitamente, denuncia abundarem na sociedade do seu tempo: os ambiciosos, que sobrepõem os seus interesses aos do «bem comum e do seu Rei», os dissimulados, os exploradores do povo, que não defendem «que se pague o suor da servil gente».
No final, retoma à definição do seu herói - o que arrisca a vida «por seu Deus, por seu Rei».
Como podem ver, já naquele tempo havia pessoas mesquinhas e que não dão valor aos seus, coisa que hoje em dia ainda acontece! Aliás, se Camões vivesse nos dias de hoje, tinha poucas pessoas a quem cantar!
Por isso fica aqui desde já, a minha homenagem a este GRANDE SENHOR, LUÍS VAZ DE CAMÕES, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu. (inscrito na sua lápide no Mosteiro dos Jerónimos).
Um ramo na mão tinha... Mas, ó cego!
Eu, que cometo insano e temerário,
Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por caminho tão árduo, longo e vário!
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário,
Que, se não me ajudais, hei grande medo
Que o meu fraco batel se alague cedo.
Olhai que há tanto tempo que, cantando
O vosso Tejo e os vossos Lusitanos,
A fortuna mo traz peregrinando,
Novos trabalhos vendo, e novos danos:
Agora o mar, agora experimentando
Os perigos Mavórcios inumanos,
Qual Canace, que à morte se condena,
Numa mão sempre a espada, e noutra a pena.
Agora, com pobreza avorrecida,
Por hospícios alheios degradado;
Agora, da esperança já adquirida,
De novo, mais que nunca, derribado;
Agora às costas escapando a vida,
Que dum fio pendia tão delgado
Que não menos milagre foi salvar-se
Que para o Rei Judaico acrescentar-se.
E ainda, Ninfas minhas, não bastava
Que tamanhas misérias me cercassem,
Senão que aqueles, que eu cantando andava
Tal prêmio de meus versos me tornassem:
A troco dos descansos que esperava,
Das capelas de louro que me honrassem,
Trabalhos nunca usados me inventaram,
Com que em tão duro estado me deitaram.
Vede, Ninfas, que engenhos de senhores
O vosso Tejo cria valorosos,
Que assim sabem prezar com tais favores
A quem os faz, cantando, gloriosos!
Que exemplos a futuros escritores,
Para espertar engenhos curiosos,
Para porem as coisas em memória,
Que merecerem ter eterna glória!
Pois logo em tantos males é forçado,
Que só vosso favor me não faleça,
Principalmente aqui, que sou chegado
Onde feitos diversos engrandeça:
Dai-mo vós sós, que eu tenho já jurado
Que não o empregue em quem o não mereça,
Nem por lisonja louve algum subido,
Sob pena de não ser agradecido.
Nem creiais, Ninfas, não, que a fama desse
A quem ao bem comum e do seu Rei
Antepuser seu próprio interesse,
Inimigo da divina e humana Lei.
Nenhum ambicioso, que quisesse
Subir a grandes cargos, cantarei,
Só por poder com torpes exercícios
Usar mais largamente de seus vícios;
Nenhum que use de seu poder bastante,
Para servir a seu desejo feio,
E que, por comprazer ao vulgo errante,
Se muda em mais figuras que Proteio.
Nem, Camenas, também cuideis que canto
Quem, com hábito honesto e grave, veio,
Por contentar ao Rei no ofício novo,
A despir e roubar o pobre povo.
Nem quem acha que é justo e que é direito
Guardar-se a lei do Rei severamente,
E não acha que é justo e bom respeito,
Que se pague o suor da servil gente;
Nem quem sempre, com pouco experto peito,
Razões aprende, e cuida que é prudente,
Para taxar, com mão rapace e escassa,
Os trabalhos alheios, que não passa.
Aqueles sós direi, que aventuraram
Por seu Deus, por seu Rei, a amada vida,
Onde, perdendo-a, em fama a dilataram,
Tão bem de suas obras merecida.
Apolo, e as Musas que me acompanharam,
Me dobrarão a fúria concedida,
Enquanto eu tomo alento descansado,
Por tornar ao trabalho, mais folgado.
Luís de Camões, Lusíadas, canto VII
Tu, criança que brincas
A essas horas
E te demoras?
Tu, criança que corres no belo jardim,
Que passas rentinho a mim,
Mostra-me um pouco mais de ti.
Corres por estradas,
Campos baldio
Nesse teu olhar vazio
Não abriga mais os contos de fadas.
De pés descalços
Na terra batida
Corres sem fim
Na terra prometida.
Páras ante mim
Roto e esfarrapado
E com um olhar angustiado
Estendes-me a mão.
Sei que queres uma esmola
Para comprares material para a escola.
Guardas o dinheiro na algibeira
E corres em direcção à pedreira.
Moinhos de vento
Estendem-se ao céu.
Não têm espaço, nem tempo
Só uma esperança para quem quer.
Num outro dia, olhei
Para o jardim.
Não estava lá a tal criança,
Mas mesmo assim a recordei.
Numa correria estonteante,
Numa respiração ofegante,
Numa ou noutra brincadeira,
Lembro-me do rapaz da algibeira.
Poema da minha autoria
Desafio do blog: Um Minuto De Histórias, onde temos de elaborar um poema sobre a confiança. (Desculpa só o ter feito agora)
Confia, dá a mão.
Ousa, desperta, tem ambição.
É nela que depositas toda a esperança
Duma grande mudança:
Confiança!
Abre portas, abre mundos,
A confiança instala-se em nossos corações.
Tão quente, ardente
Queima todas as frustrações.
Ergue a cabeça, abre os olhos
Segue em frente.
Confiante em ti mesmo
Luta, disputa,
Desfruta.
O mundo é teu, acredita...
Entra, confia
Nessa vida bendita.
Chora, sorri, ri à gargalhada
Mira o céu, admira as estrelas
Não insistas no nada.
Confia na tua família, nos teus verdadeiros amigos,
Mas principalmente confia em TI!
Tu podes ser tudo o que quiseres
Basta confiares
E Desejares.
Agora,
Pula e canta
Por esse mundo fora.
Grita, contente
Quem confia consente.
Mãe, neste poema queria resumir o amor e o carinho que sinto por ti.
Num belo dia de sol,
Um girassol
Largou as suas pétalas
Perfumadas,
belas e apaixonadas,
Só para te ver passar
No seu jardim.
Tu, junto a mim
Cheiramos lírios e jasmim,
Contemplamos o luar
Nunca me esquerecerei de ti.
Só te peço uma coisa:
Quando leres este poema, sorri!
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Ontem chorei ao ouvir esta música! Viva o 25 de Abril de 1974!
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