Para comemorar o 25 de Abril de 1974, partilho convosco uma linda música de Ermelinda Duarte Somos Livres, um grande marco da geração de 70, que fala mesmo da liberdade! Espero que gostem!
Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.
Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.
Uma gaivota voava, voava,
assas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.
Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo cualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.
Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.
Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.
Como a minha mãe fez anos ontem e hoje faz 73 anos da morte de Fernando Pessoa, deixo aqui este poema para todos vocês:
No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado,
- Duas, de lado a lado -,
Jaz morto, e arrefece.
Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.
Tão jovem! que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
"O menino da sua mãe".
Caiu-lhe da algideira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.
De outra algideira, alada
Ponta a roçar o solo
A brancura embainhada
De um lenço... Deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.
Lá longe, em casa, há a prece:
"Que volte cedo, e bem!"
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe.
Fernando Pessoa
P.S Mafalda Veiga fez uma linda música deste poema onde podem conferir abaixo:
Lisboa, 31 Jan (Lusa) - As mulheres vão ser obrigadas a participar no Dia da Defesa Nacional, a partir de 2010, depois de serem feitas "experiências piloto" em 2009, anunciou hoje no Parlamento o secretário de Estado da Defesa.
"É intenção do Governo, indo ao encontro do parecer da comissão parlamentar de Defesa Nacional, estender a obrigatoriedade de participação no dia da Defesa Nacional a todos os cidadãos", afirmou João Mira Gomes.
"Experiências piloto" vão ser feitas "já em 2009" e a "consagração plena do regime" acontecerá no ano seguinte, afirmou o governante no debate sobre a alteração à lei do serviço militar que acaba com a obrigação de recenseamento dos cidadãos com 18 anos, tarefa que competirá aos serviços do Estado, através do programa SIMPLEX.
"Todos os cidadãos" - sejam homens ou mulheres - "estarão em igualdade de circunstâncias em matéria de deveres militares", argumentou ainda.
O Dia da Defesa Nacional é um dever militar, instituído em 1999 na Lei do Serviço Militar, aplicando-se apenas aos homens e só foi posto em prática pela primeira vez em 2004, com o fim do Serviço Militar Obrigatório (SMO), durante o Governo PSD/CDS.
Segundo a lei, o Dia da Defesa Nacional tem por objectivo "sensibilizar os jovens para a temática da defesa nacional e divulgar o papel das Forças Armadas".
A proposta de lei põe fim à obrigatoriedade de os cidadãos fazerem presencialmente o recenseamento no ano em que fazem 18 anos, mas os serviços vão manter uma base de dados com a informação de todos os cidadãos que atinge a idade de início das obrigações militares.
O diploma é votado na sexta-feira e tem o apoio de todas as bancadas.
Fiquei parva quando li esta notícia: AS MULHERES VÃO SER OBRIGADAS A FAZER RECENCIAMENTOS PARA IREM PARA A TROPA? MAS O QUE É ISTO??? ESSE DIA ESTÁ PRESTES A ACONTECER, DÊEM MAIS UM TEMPO...Eu sou totalmente contra! Acho que se as mulheres quiserem ir para a tropa que vão, mas as outras que não querem participar nesse dia patético... Eu pessoalmente acho a ideia patética, vai para a tropa quem quer, sejam homens ou mulheres... E eles que não pensem que participando no Dia da Defesa Nacional, que vão fazer com que me ingressar nessa merda. Não faz o meu género. Eu não quero ir para forças armadas nenhumas e só vou lá perder uma manhã e uma tarde a ouvi-los falar blá, blá, blá que não me interessa. Porque é isto agora? Até parece que Portugal está em guerra constante. Mas pronto: por um lado é bom para as pessoas que estejam em dúvida se irão entrar ou não, se decidirem; mas para pessoas como eu, que têm a certeza de que não querem ingressar nessa vida é mais uma tarde perdida.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Somos Livres - Ermelinda ...
. O Menino da sua mãe - Fer...
. Mulheres obrigadas a part...
. NÃO ...
. Penteados em tempo de aul...
. Historia de Portugal em p...
. Outros Luares
. Gotika
. A Sul
. I Girl
. Uma Gota
. Peciscas
. Whise
. Tontices