Das feições de alma que caracterizam o povo português, a mais irritante é, sem dúvida, o seu excesso de disciplina. Somos o povo disciplinado por excelência. Levamos a disciplina social àquele ponto de excesso em que cousa nenhuma, por boa que seja - e eu não creio que a disciplina seja boa - por força há-de ser prejudicial.
Tão regrada, regular e organizada é a vida social portuguesa que mais parece que somos um exército do que uma nação de gente com existências individuais. Nunca o português tem uma acção sua, quebrando com o meio, virando as costas aos vizinhos. Age sempre em grupo, sente sempre em grupo, pensa sempre em grupo. Está sempre à espera dos outros para tudo. E quando, por um milagre de desnacionalização temporária, pratica a traição à Pátria de ter um gesto, um pensamento, ou um sentimento independente, a sua audácia nunca é completa, porque não tira os olhos dos outros, nem a sua atenção da sua crítica.
Parecemo-nos muito com os Alemães. Como eles, agimos sempre em grupo, e cada um do grupo porque os outros agem.
Por isso aqui, como na Alemanha, nunca é possível determinar responsabilidades; elas sãos sempre da sexta pessoa num caso onde só agiram cinco. Como os Alemães, nós esperamos sempre pela voz do comando. Como eles, sofremos da doença Autoridade - acatar criaturas que ninguém sabe porque são acatadas, citar nomes que nenhuma valorização objectiva autentica como citáveis, seguir chefes que nenhum gesto de competência nomeou para as responsabilidades da acção. Como os Alemães, nós compensamos a nossa rígida disciplina fundamental por uma disciplina superficial, de crianças que brincam à vida. Refilamos só de palavras. Dizemos mal só às escondidas. E somos invejosos, grosseiros e bárbaros, de nosso verdadeiro feitio, porque tais são as qualidades de toda a criatura que a disciplina moeu, em que a individualidade se atrofiou.
Diferimos dos Alemães, é certo, em certos pontos evidentes das realizações da vida. Mas a diferença é apenas aparente. Eles elevaram a disciplina social, temperamento neles como em nós, a um sistema de estado e de governo; ao passo que nós, mais rigidamente disciplinados e coerentes, nunca infligimos a nossa rude disciplina social, especializando-a para um estado ou uma administração. Deixamo-la coerentemente entregue ao próprio vulto íntegro da sociedade. Daí a nossa decadência!
Somos incapazes de revolta e de agitação. Quando fizemos uma "revolução" foi para implantar uma cousa igual ao que já estava. Manchámos essa revolução com a brandura com que tratávamos os vencidos. E não resultou uma guerra civil, que nos despertasse; não nos resultou uma anarquia, uma perturbação das consciências. Ficámos miserandamente (sic) os mesmos disciplinados que éramos. Foi um gesto infantil, de superfície e fingimento.
Portugal precisa dum indisciplinador. Todos os indisciplinadores que temos tido, ou que temos querido ter, nos têm falhado. Como não acontecer assim, se é da nossa raça que eles saem? As poucas figuras que de vez em quando têm surgido na nossa vida política com aproveitáveis qualidades de perturbadores fracassados logo traem a sua missão. Qual é a primeira cousa que fazem? Organizam um partido... Caem na disciplina por uma fatalidade ancestral.
Trabalhemos ao menos - nós, os novos - por perturbar as almas, por desorientar os espíritos. Cultivemos, em nós próprios, a desintegração mental como uma flor de preço. Construamos uma anarquia portuguesa. Escrupulizemos no doentio e no dissolvente. E a nossa missão, a par de ser a mais civilizada e a mais moderna, era também a mais moral e a mais patriótica.
Autoria de Fernando Pessoa
Texto publicado in O Jornal, nº 6, de 8-4-1915, na coluna "Crónica da vida que passa".
FRASE 1:
Lisboa (L): Não tenho a certeza se vai ser possível fazer isso!
Porto (P): NÃO FAÇO ISSO NEM QUE TU TE FODAS!
FRASE 2:
L: A sério? É incvel! Diria mesmo impressionante!
P: PUTA QUE O PARIU! AI, PUTA QUE O PARIU!
FRASE 3:
L: Claro que isso não me preocupa!
P: TOU A CAGAR E A ANDAR!
FRASE 4:
L: Eu não estava envolvido nesse projecto!
P: MAS QUE CARALHO É QUE EU TENHO A VER COM ESSA MERDA?
FRASE 5:
L: Interessante, hein?
P: FOODAAAA-SE!!! ESPECTÁCULO!!
FRASE 6:
L: Será difícil concretizar esta tarefa no tempo estipulado!
P: NÃO VAI DAR PRA FAZER ISSO NEM QUE ME FODA TODO!
FRASE 7:
L: Precisamos melhorar a comunicação interna desta empresa!
P: PUTA DE MERDA! NÃO HÁ NENHUM CARALHO QUE ME RESPONDA???
FRASE 8:
L: Desejava que eu ficasse até um pouco mais tarde?!
P: E NO CU? NÃO QUERES LEVAR NO CU TAMBÉM???
FRASE 9:
L: Parece-me que o senhor não está familiarizado com o problema!
P: CALA-TE, CARALHO!
FRASE 10:
L: Então, Desculpe!
P: VAI PÁ PUTA QUE TE PARIU!
FRASE 11:
L: Então, Desculpe, senhor!
P: VAI PÁ PUTA QUE TE PARIU, SEU PANELEIRO!
FRASE 12:
L: Acho que não posso ajudar!
P: FODE-TE PRAÍ SOZINHO!
FRASE 13:
L: Adoro estes desafios!
P: PUTA DE TRABALHINHO DE CORNO!
FRASE 14:
L: Finalmente reconheceram a tua competência!
P: FOSTE AO CU A QUEM?
FRASE 15:
L: Atenção que é necessário formação para o pessoal, antes de ligarem a máquina!
P: ATENÇÃO QUE QUEM MEXER NESTA MERDA LEVA NOS CORNOS!
FRASE 16:
L: Eles não ficaram satisfeitos com o resultado do trabalho!
P: ELES SÃO É UM BANDO DE FILHOS DA PUTA!
FRASE 17:
L: Por favor, refaça esse trabalho!
P: ENFIA ISSO NO CU, ESTÁ UMA BELA MERDA!
FRASE 18:
L: Este problema serviu para ver que precisamos reforçar o nosso programa de formação!
P: SE SEI QUEM FOI O FILHO DA PUTA QUE FEZ ISTO!...
FRASE 19:
L: Que pena. Assim teremos outra vez uma não conformidade!
P: CARALHO! VAI SAIR CAGADA OUTRA VEZ!
FRASE 20:
L: Temos que negociar o projecto com mais determinação!
P: VOU ENFIAR ISTO PELA GOELA ABAIXO DESSES FILHOS DA PUTA!
FRASE 21:
L: Desculpe, eu poderia ter avisado, já era previsível!
P: EU JÁ SABIA QUE ISTO IA DAR MERDA!
FRASE 22:
L: Os índices de produtividade da empresa estão a apresentar uma queda sensível!
P: ESTA MERDA TÁ A IR PRÓ CARALHO!
FRASE 23:
L: Parece, então, que este projecto não vai gerar o retorno previsto!
P: AGORA FODEU-SE! PRONTO, TÁ TUDO FODIDO!
1. Apaixonar-se.
2. Rir tanto até que as faces doam.
3. Um chuveiro quente num Inverno frio.
4. Um supermercado sem filas nas caixas.
5. Um olhar especial.
6. Receber correio (pode ser electrónico.....)
7. Conduzir numa estrada linda.
8. Ouvir a nossa música preferida no rádio.
9. Ficar na cama a ouvir a chuva cair lá fora.
10. Toalhas quentes acabadas de serem engomadas...
11. Encontrar a camisola que se quer em saldo a metade do preço.
12. Batido de chocolate (baunilha ou morango).
13. Uma chamada de longa distância.
14. Um banho de espuma.
15...Rir baixinho.
16. Uma boa conversa.
17. A praia.
18. Encontrar uma nota de 20 euros no casaco pendurado desde o último Inverno.
19. Rir-se de si mesmo.
20. Chamadas à meia-noite que duram horas.
21. Correr entre os jactos de água de um aspersor.
22. Rir por nenhuma razão especial.
23. Alguém que te diz que és o máximo.
24. Rir de uma anedota que vem à memória.
25. Amigos.
26. Ouvir acidentalmente alguém dizer bem de nós.
27. Acordar e verificar que ainda há algumas horas para continuar a dormir.
28. O primeiro beijo (ou mesmo o primeiro com novo parceiro).
29. Fazer novos amigos ou passar o tempo com os velhos.
30. Brincar com um cachorrinho.
31. Haver alguém a mexer-te no cabelo.
32. Belos sonhos.
33. Chocolate quente.
34. Fazer-se à estrada com os amigos.
35. Balancear-se num balancé.
36. Embrulhar presentes sob a árvore de Natal comendo chocolates e bebendo a bebida favorita.
37. Letra de canções na capa do CD para podermos cantá-las sem nos sentirmos estúpidos.
38. Ir a um bom concerto.
39. Trocar um olhar com um belo/a desconhecido/a.
40. Ganhar um jogo renhido.
41. Fazer bolachas de chocolate.
42. Receber de amigos biscoitos feitos em casa.
43. Passar tempo com amigos íntimos.
44. Ver o sorriso e ouvir as gargalhadas dos amigos.
45. Andar de mão dada com quem gostamos.
46. Encontrar por acaso um velho amigo e ver que algumas coisas ( boas ou más) nunca mudam.
47. Patinar sem cair.
48. Observar o contentamento de alguem que está a abrir um presente que lhe ofereceste.
49. Ver o nascer do sol.
50. Levantar-se da cama todas as manhãs e agradecer outro belo dia.
"Existe sempre no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio de um deserto ou no meio de grandes cidades. E quando estas pessoas se cruzam, e os seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perdem qualquer importância, e só existe aquele momento, e aquela certeza incrível de que todas as coisas debaixo do sol foram escritas pela mesma Mão.
A Mão que desperta o Amor, e que fez uma alma gémea para cada pessoa que trabalha, descansa e busca tesouros debaixo do Sol. Porque sem isto não haveria qulquer sentido para os sonhos da raça humana."
Paulo Coelho
Básico...
Nome: Ana
Idade: 18
Aniversário: 20 de Abril
Ano de Escolaridade: 1º ano de faculdade
Onde vive: em casa
Irmãos: nop
Animais: duas cadelas
Fumas?: não
Bebes?: Obviamente! Aguita e sumitos! Querias que morresse de sede era?
Aparência...
Cor de cabelo: castanho escuro
Cor dos olhos: castanhos-escuro
Estilo: o meu
Usas óculos?: sim
Sardas: nop
Nº de Calçado: 36
Piercings: nop
Tatuagens: nadinha
Aparelho nos dentes?: nao, mas precisava...
Favorito...
Cor: rosa, preto, cinzento, verde
Número: 17
Animal: cão
Flor: orquídea, cássia
Comida: Pizza
Sabor de gelado: morango
Doce: chocolate
Bebida alcoolica: nenhuma
Tipo de música: soul, blues, heavy metal, folk
Livro: Quem Quer ser bilionário, Harry Potter, Anjos e Demónios
Dia da semana: Sábado
Desporto: nenhum, mas gostaria de fazer aeróbica
Vida Amorosa...
És solteiro?: A 100%
Estão juntos à quanto tempo?: Qual foi a parte de que sou solteira é que ainda não percebeste?
Gostas de alguém?: Não, felizmente!
1º amor: Aos 11 anos
Já traíste?: Nunca
Ja foste traída?: Dah -- Se nunca namorei...
Ja foste usada? Hello???
Já usaste alguém?: Nunca
Mentiste ao namorada/a?: NÃO NAMORO!!!
Já te deram flores?: O meu pai! Isso conta?
Já te fizeram um poema?: Yah, mas foi na brinca, ok!
A coisa mais doce que já te deram: Nada
Acreditas no amor à 1º vista?: Não, acredito, sim, na atracção físicca
Apaixonas-te facilmente?: Nop
Já tiveste algo com alguém do mesmo sexo?: Népia, nem com o mesmo, nem com o oposto
Já choraste por alguém do outro sexo?: Sim
Dás o 1º passo?: Nao
Queres casar?: Não sei, sou muito nova para pensar nisso. Ainda por cima , não namoro!
Outro...
Sabes conduzir?: Estou a aprender
Tens carro?: sim, os dos meus pais
Tens telemóvel?: sim
Estás muitas vezes online?: quase sempre
Gostas de pessoas gay/bi?: Não é a orientação sexual das pessoas que me faz gostar/não gostar das pessoas. Mas sim, não sou homofóbica, muito pelo contrário!
Falas outra língua?: Ingles, Francês, Espanhol (mal)
Tens boas notas na escola?: Sim
Fazes colecção de algo?: nao, mas já fiz
Gostas de ti?: Nem por isso
Falas sozinha?: Muitas vezes...
Arrependes-te de algo?: De muita coisa
Acreditas em magia?: nao
Confias nas pessoas facilmente?: não
Perdoas facilmente?: Depende
Dás-te bem com os teus pais?: Tem dias
Desejo antes de morrer?: Continuar viva xD
Maior medo?: Perder a minha familia,morrer, sofrer
Maior defeito?: timidez, falta de desenrascanso
Tocas algum instrumento?: Não, mas aprendi a tocar piano
Que queres ser quando cresceres?: Não vou crescer mais, mas gostaria de ser maiorzita! Não é que eu tenha complexos de pessoas baixas, mas poupava-se no arranjo das bainhas das calças... xDDD
Alguma vez...
te sentaste no telhado?: nao me lembro, mas acho que não teria coragem para isso.
dançaste em público?: Siiim
sorriste sem razao?: Yap
riste-te tanto que choraste?: Sim
escreveste uma canção?: sim
cantaste para alguém?: Já
andaste de skate?: Não
tiveste uma experiencia em que quase morreste?: Sim
Cantaste para uma audiência?: Para a família e no casamento de uma prima
És...
lutador/a: Não, mas gostaria
fumadora: nao
bêbado: Are you kidding me???
amante: da vida e dos sonhos
parte-coraçoes: nop
mandona: Um bocado, mas só com os meus pais.. eheh
amigável: Tem dias
sonhador/a: sim... (suspiro...)
tímido/a: Muito
energético/a: Depende
feliz: Depende dos dias
depressivo/a: bastantes vezes...
engraçado/a: acho que um bocadinho (mas muito pequenino!)
chato/a: Tem dias
mau/má: Para quem merece
bom/boa: para quem merece
confiável: sempre
esperto/a: acho que sim
sarcástico/a: não
dependente: dos meus pais (casa, dinheiro...)
quieto/a: Depende
estranho/a: um pouco
religioso/a: não
modesto/a: sim
indeciso/a: muito
educado/a: Tem dias...
criativo/a: tem dias
preguiçoso/a: Muitoooo
Mais...
Como te sentes?: Com dores de cabeça e tonturas
O que te faz feliz?: Sonhar, ter a minha familia comigo, viver, ouvir música
Diz algo que faças muito: Ouvir música
Estás confortável com o teu peso?: Não
Acaba a frase...
Gostava de ser... imortal e ter boa saúde
Gostava de... ser feliz
Eu desejo... ser feliz, ser desenrascada e extrovertida, ter saúde e viver muitos, muitos anos
Muitas pessoas não sabem... não sou de contar segredos da minha pessoa
Eu sou... sonhadora
O meu coração é... um orgão do corpo humano que me mantem viva --'
[Adorei as perguntas e copiei de um blog!, mas com os meus dados!]
"Aprendi que...
Ninguém é perfeito enquanto não me apaixono.
Aprendi que ....
A vida é dura. Mas eu sou mais dura que ela!!
Aprendi que...
As oportunidades nunca se perdem.
Aquelas que eu desperdiço... alguém as aproveita!
Aprendi que...
Quando me importo com rancores e amarguras a felicidade vai para outra parte.
Aprendi que...
Devo sempre dar palavras boas... porque amanhã nunca sei as que terei que ouvir.
Aprendi que...
Um sorriso é uma maneira económica de melhorar o meu aspecto.
Aprendi que...
Não posso escolher como me sinto... mas posso sempre fazer alguma coisa.
Aprendi que...
Todos querem viver no cimo da montanha... Mas toda a felicidade está durante a subida.
Aprendi que...
Tenho que gozar a viagem e não apenas pensar na chegada.
Aprendi que...
O melhor é dar conselhos só em duas circunstâncias... Quando me são pedidos e quando deles depende a vida.
Aprendi que...
Quanto menos tempo eu desperdiço... mais coisas posso fazer."
Como preparar o prato do dia de hoje?
Coloque o ciume num recipiente e junte alguma frustraçao. Tempere com alguma raiva. Deixe a marinar durante uns dias, nao muitos, talvez uns 3. Após esse período leve a cozer em lume bastante forte para tudo poder ser agreste, para o caso de ter fogao de lenha, coloque bastantes pedaços de madeira para que a agressividade se mantenha no seu pico mais alto. Ao final de 4 horas deverá estar consistente o suficiente para deitar fora, mas nao sem antes o colocar num prato e o efeitar. Efeite com as pessoas q mais deteste e coloque nele os seus piores sentimentos. Irá ficar magnifico. E voila: o prato do dia de hoje!
P.S. - para o caso de ter alguma sede de vingança deixe escapar quem ama e vá atras de quem provocou o ciume.
Textos retirados da net
Com diferentes abordagens, esta história conduz o leitor a uma conclusão inevitável: a própria vida significa mudança, aprendizagem e evolução. A estagnação só pode ser prejudicial e é a própria natureza (do mundo e dos mercados...) que afasta aqueles que se recusam a evoluir.
Esta história é "normalmente" utilizada por "alguns" Formadores de Formação Profissional de Adultos para ilustrar a necessidade de as pessoas mudarem, sob pena de ficarem para trás, no mundo competitivo que é o mercado de trabalho!
«Havia uma estranha perturbação na zona dos grandes pântanos. Todos os animais aquáticos tinham sido convocados para uma Assembleia pela Tartaruga. Apesar do nível das águas ser abundante, tinha descido nos últimos anos e isso inquietara o velho réptil.
Por isso, mandou chamar a comunidade de animais da vizinhança para transmitir as suas conclusões: - Amigos, imagino que já repararam que cada vez há menos água. Sei que ainda não parece nada sério, mas já assisti a este mesmo processo noutras zonas da terra e aviso-vos que se aproximam tempos de grande seca.
Perante estas palavras, gerou-se um grande rebuliço. Todos se tinham apercebido de um suave e contínuo abaixamento do caudal dos pântanos, mas nada levava a crer que poderia ser grave. - Porque nos terá convocado, se há água de sobra? – perguntaram uns aos outros.
A centenária Tartaruga deu respostas à inquietação despertada: - Convoquei-vos porque felizmente ainda temos tempo e poderemos ultrapassar isto sem problemas, se começarmos a actuar desde já. Para que as nossas espécies sobrevivam temos de Evoluir.
Ficaram todos estupefactos. Nunca se tinham deparado com tal questão e, depois do choque inicial, começaram a interrogar-se sobre como o fariam.
Continuou a Tartaruga: - Todos os dias, ficaremos uns minutos fora de água; aquele que não conseguir fazê-lo começa por uns segundos e, pouco a pouco, vai ficando cada vez mais tempo. Devemos fazê-lo constantemente e ensiná-lo às gerações vindouras, para que cada espécie evolua com o tempo, de modo a tornar possível a todos nós mantermo-nos num ambiente sem pântano. Devemos também mudar os nossos hábitos alimentares, e em cada dia ir comendo algo que não esteja na água, até que acostumemos o nosso corpo a digerir plantas do exterior.
Não sem algumas reticências, todos iniciaram o grande e meticuloso plano de acção. Dentro de uma dezena de gerações todos poderiam respirar fora de água, alimentar-se com comida que crescesse na terra e até poderiam respirar fora de água.
Todos menos o Barbinho, um dos peixes mais antigos dos pântanos, que se negou a participar neste processo. Convencido de que a Tartaruga exagerava, não fez caso, e logo aproveitou o entorpecimento dos seus vizinhos para obter mais comida. As outras espécies, à medida que evoluíam, tornavam-se menos competitivas dentro de água.
O Barbinho via o nível de água descer, mas mantinha a visão de que algumas chuvas chegariam a tempo de resolver o problema. Com o passar do tempo, só uns poucos charcos com apenas um dedo de profundidade faziam lembrar que naquelas paragens existiram uma vez pântanos.
O Barbinho agonizava, e esse verão, o mais duro de que havia memória, acabaria de certeza com a água que ainda restava. Magro, sem poder mexer, chorava a sua má sorte.
Justamente nessa altura, passou ao seu lado a Tartaruga que lhe disse: - Tiveste a mesma oportunidade que os outros. Neste mundo de mudanças constantes, evoluir não é uma opção, é uma obrigação para sobreviver.
O Barbinho, ainda sem compreender, gritava: - Que má sorte tive, tudo correu contra mim e, para cúmulo, este verão foi terrível, que fatalidade. Dizes isso, porque és uma tartaruga e podes andar por onde quiseres, mas não fazes ideia do que é isto.
A Velha Tartaruga sorriu e antes de abandonar o Barbinho comentou: - Meu infeliz amigo, há muito, muito tempo, eu era um peixe estúpido como tu, e também chegou para mim a oportunidade de evoluir. Apesar de ter dedicado atenção a essa oportunidade, não a levei a sério, e é por isso que sou tão desajeitada na terra, temo que nunca chegarei a voar e apenas me movo com desembaraço debaixo de água. Durante anos, atribuí a culpa à má sorte, mas agora aprendi que sou eu a única responsável, pois, quando a realidade me enviava os seus sinais, eu empenhei-me em não fazer caso, em não mudar nada em mim, e quase ficava fora deste novo mundo. Eu ando, por isso decidi que devo ser mais rápida. Assim, hei-de correr um pouco mais cada dia para poder evoluir para algo superior, pois parece que virão tempos de escassez e quero continuar a ser competitiva nessa altura.
O Barbinho morreu na lama, no lamaçal dos imobilistas, dos que não querem mudar, no lado dos medíocres que, embriagados pela abundância de hoje, não sabem ver a necessidade da mudança, da evolução, para continuarem a existir amanhã.»
Semelhantes ao peixe, "existem" em Portugal muitos trabalhadores (chefes e colaboradores) que, apesar de verem as novas exigências e tendências que será necessário enfrentar no futuro imediato, não assumem a evolução como necessidade profissional iminente.
São os que esperam, passivamente, que no final, numa chuva milagrosa acabe por voltar a pôr as coisas como antes, sem entenderem que, no meio competitivo actual, nada é como dantes, pois as empresas estão em contínuo progresso e os que não são capazes de evoluir com elas, por mais fortes ou competentes que sejam hoje, passarão a engrossar a lista dos extintos ao ficarem desfasados do seu próprio mundo.
Infelizmente, este é um "problema" que afecta grande parte do Povo Português...
Texto retirado de«Fábulas, histórias e conselhos para o gestor moderno» de Francisco Muro da Colecção «Vectores de Liderança».
Fonte: Aeiou
Como ontem foi dia de Portugal e aniversário da morte de Luís de Camões, nada como colocar um poema dos "Lusíadas", grande obra épica do nosso poeta português.
Inserido no canto VII, intitulado como "Reflexões do poeta", Luís de Camões que tanto exalta os portugueses, cai num tom de desânimo.
Como todos devem saber, Camões não teve uma vida nada fácil. Perdeu um olho na guerra, sobreviveu a um naufrágio, salvando os Lusíadas nadando com eles na mão, sofreu por amor, viveu na miséria e ainda por cima não teve a glória e o reconhecimento que merecia, aliás, que ele achava bem merecer, pois apesar de tudo, ele era bem consciente do seu valor.
Com isto, Camões critica os contemporâneos que não dão valor aos seus poetas, o que irá inibir o surgimento de novos poetas, caindo Portugal num marasmo pouco cultural, ficando aquém de outros países da Europa.
Mas a crítica aumenta de tom na parte final, quando são enumerados aqueles que nunca cantará e que, implicitamente, denuncia abundarem na sociedade do seu tempo: os ambiciosos, que sobrepõem os seus interesses aos do «bem comum e do seu Rei», os dissimulados, os exploradores do povo, que não defendem «que se pague o suor da servil gente».
No final, retoma à definição do seu herói - o que arrisca a vida «por seu Deus, por seu Rei».
Como podem ver, já naquele tempo havia pessoas mesquinhas e que não dão valor aos seus, coisa que hoje em dia ainda acontece! Aliás, se Camões vivesse nos dias de hoje, tinha poucas pessoas a quem cantar!
Por isso fica aqui desde já, a minha homenagem a este GRANDE SENHOR, LUÍS VAZ DE CAMÕES, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu. (inscrito na sua lápide no Mosteiro dos Jerónimos).
Um ramo na mão tinha... Mas, ó cego!
Eu, que cometo insano e temerário,
Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por caminho tão árduo, longo e vário!
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário,
Que, se não me ajudais, hei grande medo
Que o meu fraco batel se alague cedo.
Olhai que há tanto tempo que, cantando
O vosso Tejo e os vossos Lusitanos,
A fortuna mo traz peregrinando,
Novos trabalhos vendo, e novos danos:
Agora o mar, agora experimentando
Os perigos Mavórcios inumanos,
Qual Canace, que à morte se condena,
Numa mão sempre a espada, e noutra a pena.
Agora, com pobreza avorrecida,
Por hospícios alheios degradado;
Agora, da esperança já adquirida,
De novo, mais que nunca, derribado;
Agora às costas escapando a vida,
Que dum fio pendia tão delgado
Que não menos milagre foi salvar-se
Que para o Rei Judaico acrescentar-se.
E ainda, Ninfas minhas, não bastava
Que tamanhas misérias me cercassem,
Senão que aqueles, que eu cantando andava
Tal prêmio de meus versos me tornassem:
A troco dos descansos que esperava,
Das capelas de louro que me honrassem,
Trabalhos nunca usados me inventaram,
Com que em tão duro estado me deitaram.
Vede, Ninfas, que engenhos de senhores
O vosso Tejo cria valorosos,
Que assim sabem prezar com tais favores
A quem os faz, cantando, gloriosos!
Que exemplos a futuros escritores,
Para espertar engenhos curiosos,
Para porem as coisas em memória,
Que merecerem ter eterna glória!
Pois logo em tantos males é forçado,
Que só vosso favor me não faleça,
Principalmente aqui, que sou chegado
Onde feitos diversos engrandeça:
Dai-mo vós sós, que eu tenho já jurado
Que não o empregue em quem o não mereça,
Nem por lisonja louve algum subido,
Sob pena de não ser agradecido.
Nem creiais, Ninfas, não, que a fama desse
A quem ao bem comum e do seu Rei
Antepuser seu próprio interesse,
Inimigo da divina e humana Lei.
Nenhum ambicioso, que quisesse
Subir a grandes cargos, cantarei,
Só por poder com torpes exercícios
Usar mais largamente de seus vícios;
Nenhum que use de seu poder bastante,
Para servir a seu desejo feio,
E que, por comprazer ao vulgo errante,
Se muda em mais figuras que Proteio.
Nem, Camenas, também cuideis que canto
Quem, com hábito honesto e grave, veio,
Por contentar ao Rei no ofício novo,
A despir e roubar o pobre povo.
Nem quem acha que é justo e que é direito
Guardar-se a lei do Rei severamente,
E não acha que é justo e bom respeito,
Que se pague o suor da servil gente;
Nem quem sempre, com pouco experto peito,
Razões aprende, e cuida que é prudente,
Para taxar, com mão rapace e escassa,
Os trabalhos alheios, que não passa.
Aqueles sós direi, que aventuraram
Por seu Deus, por seu Rei, a amada vida,
Onde, perdendo-a, em fama a dilataram,
Tão bem de suas obras merecida.
Apolo, e as Musas que me acompanharam,
Me dobrarão a fúria concedida,
Enquanto eu tomo alento descansado,
Por tornar ao trabalho, mais folgado.
Luís de Camões, Lusíadas, canto VII
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