Este blog está oficialmente aberto!
Vou contar-vos, meus queridos leitores, como foram as minhas férias.
Fui exactamente para os mesmos sítios de sempre, mas mesmo assim foram bastante preenchidas.
Passeei poucas vezes, pois tinha muita ansiedade e ataques de pânico, exactamente por isso, fui ao psiquiatra e ele receitou-me Xanax e outros comprimidos para resolver os meus problemas.
Eu estava mesmo mal, muito ansiosa, mesmo sem haver razão; tinha ataques de pânico, dores no peito, obsessões e fobia da morte. Não vou dizer que agora, com 3 semanas de tratamento, já esteja bem, mas já estou melhor. Ainda tenho muita ansiedade e fobia da morte.
Vou ter de ser acompanhada por um psiquiatra durante uns tempos, ainda não tratamos disso...
Depois de desabafar sobre os meus problemas psiquiátricos, vou falar-vos das minhas férias, propriamente.
Este ano, particularmente, eu e a minha tia L. tornámo-nos muito cúmplices, por ela sofrer de depressão e ansiedade, tal como eu...
Estive com a minha avó, tios, primos, todos... Até alguns primos meus da França vieram jantar lá a casa um óptimo churrasco feito pelo meu pai e pelo meu tio D. Esta noite foi, particularmente, interessante: pelo facto de o meu francês já não ser o que era, pois já não o pratico há anos, como pelo facto de a minha prima M., de 11 anos, igualmente fluente em português e francês, fazer de tradutora. lool Gostei! Mas no dia seguinte iria ter de me despedir da minha primita franco-portuguesa, pois iria para França no dia seguinte.
Nesse dia, o meu tio J., a mulher, a minha prima C. e o marido vieram de Gaia fazer-nos uma visita a Trás-os-Montes.
No dia seguinte, fomos ao restaurante comer borrego. Eu, como não aprecio essa carne, comi alcatra com batatas fritas. Após o almoço, fomos ao "jardim" do café e vi lá um cãozinho que era tal e qual a minha cadela Pantufa, já falecida. Nunca tinha visto cão tão parecido! As cores, as zonas das cores, tudo! A única diferença é ele ser mais alto que a minha cadela, de resto mais nada! Fiquei triste, por ele ter um olho vazo, mas contente por ter visto um cão tão semelhante à minha adorada cadela!
Vi a minha prima J., que este ano anda à procura de emprego como recepcionista de hotel. Mas não consegue, não lhe valendo de nada ter sido a melhor aluna da escola, com média de 19, inclusive nos estágios! Com ela, fomos apanhar amoras silvestres, falámos, ouvimos histórias engraçadíssimas que o pai dela, meu tio-avô, contou.
Não sei, fui para os mesmos sítios, as pessoas eram as mesmas, mas gostei das minhas férias, talvez a primeira vez em anos! Será que mudei? Não sei! Toda a gente dizia que sim, mas não sei bem!... Espero bem que sim!
E, pronto! Já desabafei imenso com vocês! Espero que tenham gostado das férias!
Para comemorar o 25 de Abril de 1974, partilho convosco uma linda música de Ermelinda Duarte Somos Livres, um grande marco da geração de 70, que fala mesmo da liberdade! Espero que gostem!
Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.
Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.
Uma gaivota voava, voava,
assas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.
Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo cualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.
Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.
Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.
É verdade! Hoje (20 de Abril de 2010), faço dezanove anos! E para comemorar deixo-vos com um lindo poema de Álvaro de Campos. intitulado de «Aniversário». Espero que gostem!
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa como uma religião qualquer.
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
Autoria de: Álvaro de Campos
Ali estava ela
De fitinha amarela
A andar no baloiço
Do parque infantil.
O seu risinho de criança
Ingénuo e inocente
Contrastava com o meu semblante,
Triste e humilhante.
O meu olhar pesaroso
Fitava a alegre menina
Da fitinha amarela
E dou por mim com inveja
da criança.
Gostaria de ter o mesmo brilho no olhar,
O mesmo riso,
A mesma alegria,
Mas principalmente a sua inocência!
Mas a mim já ninguém
Me pode devolver
A inocência perdida,
A minha infância interrompida,
E a alegria destruída.
Não é fácil para um criança
Não poder confiar
Na pessoa que era suposto amar
Pessoa, essa, que em vez de te abraçar,
Acarinhar e te reconfortar,
Te obriga a viver num pesadelo
De que jamais conseguirás acordar.
Ele era como os monstros
Que dizem viver debaixo da cama.
Apesar de estarem sempre por perto,
Só à noite é que se revelavam.
Ele tinha prazer quando me tirava
A inocência de menina,
Mas a mim só me apetecia desaparecer,
Para ele nunca mais me tocar e me ver.
Quando olho para as minhas
Fotos de menina,
Não consigo ver
A menina alegre que queria ser.
Por isso, dou por mim a sonhar
Que sou a menina da fitinha amarela,
Que não é nada mais, nada menos
Que fruto da minha imaginação.
5/10/2009
Poema da minha autoria
Severn Cullis-Suzuki (nascida a 30 de Novembro de 1979) no Canadá é uma activista do meio ambiente e escritora.
Enquanto estudou na escola primária de Lord Tennesson, fundou a ECO (Environmental Children's Organization) na altura com 9 anos, com o propósito de aprender e ensinar outros jovens sobre questões ambientais.
Em 1992, quando Severn tinha 12 anos juntou algum dinheiro com alguns membros da ECO, com o fim de participar na Conferência da Terra no Rio de Janeiro (Brasil). A intenção, desse encontro, era introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento económico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico.
Então, Severn discursou numa perspectiva de uma jovem preocupada com o futuro do seu planeta, com a poluição, com os animais em vias de extinção, com a pobreza, com o seu próprio futuro.
Esse discurso comoveu a audiência e os delegados e foi honorificada com o prémio United Nations Environment Program's Global 500 Roll of Honor em 1993 e no mesmo ano publica o seu primeiro livro: Tell the World, com a intenção de ensinar às famílias como ser mais ecológico.
Formada em Ecologia e Biologia Evolutiva pela Universidade de Yale, Estados Unidos, sai pelo mundo dando palestras, defendendo a bandeira verde do ambientalismo.
O seu público alvo são estudantes e trabalhadores de instituições públicas e privadas. Nos seus discursos demonstra a sua paixão pelo tema e resgata valores já esquecidos. Desafia a sua plateia a assumir responsabilidades individuais e colectivas em prol do meio ambiente.
Desenvolve muitos projectos ambientais e participa de diversas expedições científicas.
Foi membro do Painel Especial de Aconselhamento de Kofi Annan – ex-Presidente da ONU.
Vejam então o tão famoso discurso de Severn na Conferência da Terra no Rio de Janeiro em 1992:
Tu, criança que brincas
A essas horas
E te demoras?
Tu, criança que corres no belo jardim,
Que passas rentinho a mim,
Mostra-me um pouco mais de ti.
Corres por estradas,
Campos baldio
Nesse teu olhar vazio
Não abriga mais os contos de fadas.
De pés descalços
Na terra batida
Corres sem fim
Na terra prometida.
Páras ante mim
Roto e esfarrapado
E com um olhar angustiado
Estendes-me a mão.
Sei que queres uma esmola
Para comprares material para a escola.
Guardas o dinheiro na algibeira
E corres em direcção à pedreira.
Moinhos de vento
Estendem-se ao céu.
Não têm espaço, nem tempo
Só uma esperança para quem quer.
Num outro dia, olhei
Para o jardim.
Não estava lá a tal criança,
Mas mesmo assim a recordei.
Numa correria estonteante,
Numa respiração ofegante,
Numa ou noutra brincadeira,
Lembro-me do rapaz da algibeira.
Poema da minha autoria
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